A humanidade

Dia-a-dia observa-se a ambição das pessoas na política, no mercado de trabalho e inclusive na vida social. Os crimes aumentam e estes passam de raros a uma constante na vida da humanidade. E se outrora os maiores comiam os mais pequenos em sua virtude, então agora atropelam-se e esmagam-se até que estes não consigam sair do chão.

Mas não consta apenas a ambição da enorme lista de defeitos da humanidade. A traição, a vaidade, a ignorância, e ainda muitas outras predominam. Ao menos a escravatura acabou, dizem alguns, mas então e o trabalho infantil e a exploração dos trabalhadores nos países em desenvolvimento? Se acabou? Claro que não, são “negócios” demasiado lucrativos para alguém lhes por fim.

Padre António disse que nós somos o sal da terra como tal, salgar a Terra, purificar e eliminar toda a corrupção existente à sua superfície é nossa obrigação, mas ao permitirmos este tipo de violação dos direitos humanos apenas mostramos que de antigamente nada mudou. O mal prolifera mais e mais e se os nossos antepassados tivessem o prazer de ver o nosso mundo, tal e qual como ele é agora, ficariam envergonhados de serem humanos. Um ser racional que não evolui psicologicamente ou socialmente portanto, como será que retiraremos o mal das nossas vidas se todos nós contribuímos para que ele exista?

“Quanto mais longe dos homens, tanto melhor; trato e familiaridade com eles, Deus vos livre” O Homem é mau e fuja quem puder, pois se alguém for apanhado nas enormes garras da humanidade então sofrerá e se neles confiarem, morrerá. Padre António defendia este raciocínio e eu reforço-o. Deixem os Homens enquanto podem pois deles nada de bom provirá, apenas mágoa e sofrimento.

Antigamente, num tempo de escravatura e opressão, um homem fez-se ouvir por cima das vozes que o tentavam abafar e que ficou para sempre na memória. Padre António Vieira, um defensor dos direitos humanos mesmo antes de estes existirem que no séc. XVII recorre ao uso de uma alegoria, compara os Homens a peixes, proferindo o “Sermão de Santo António aos peixes”.

Máquina de fazer espanhóis

Valter Hugo Vae cria a máquina de fazer espanhóis em dedicatória de seu pai que morrera 10 anos atrás. o pai de Valter Hugo Mae não chega à terceira idade como tal, Valter parece demonstrar a sua indignação pela morte de seu pai e por tudo o que ele ainda podia viver, através de antónio silva. este livro trata da velhice, da morte, do sofrimento, da dor, de deus, de Portugal antes e depois do 25 de abril. fala-nos de como é ser velho nos dias de hoje, de ser posto de lado e perder toda a dignidade.


António silva, um senhor de 84 anos, reformado de barbeiro, que já viveu muitas aventuras é apenas um português que Valter usa para ilustrar muitos homens que chegam à terceira idade. este silva acaba de perder a sua amada esposa e é deixado pela sua família num lar. rejeitado e desanimado, antónio ainda é submetido a algumas aventuras que a vida tem para oferecer. ao longo do livro, antónio apesar de mal suportar a morte da sua esposa, ele é capaz de encontrar alguma alegria, ele que julgava ter morrido juntamente com a sua mulher.


A máquina de fazer espanhóis, título que inicialmente intriga tanta gente, é nada mais nada menos que Portugal. é as memórias que cada um tem do seu país e que certo momento despertam nas suas cabeças. e então é trazido à tona a ditadura e todos os males que sofremos pelo nosso país, por Portugal. relembrado tudo o que sofremos, apenas queremos ser como os nossos vizinhos, ser espanhóis.


Cântico negro



Outrora, não se podia fugir à regra, tínhamos que seguir tudo o que nos era ordenado, ou seja, não havia hipótese de tomar outras escolhas, de seguir um caminho que fosse diferente de todos os outros. Felizmente, tudo mudou. Como tal, José Régio ao criar esta obra, Cântico negro, fala da liberdade que homens e mulheres puderam saborear após 25 de Abril.

Neste poema a liberdade expressa-se na personagem que contraria todos os chamamentos e que segue apenas e unicamente o que lhe apetece. Ele é um ser livre e demonstra-o ao seguir o seu próprio caminho, as suas próprias escolhas.

Não só no sujeito mas também sinteticamente, José Régio explora a liberdade ao criar um poema completamente desordenado. Quadras, quintilhas, sextilhas e dísticas, rimas emparelhadas, cruzadas e interpoladas. Tudo isto é possível observar neste poema.

Com a sua escrita simples este poema vai ao encontro de todos já com o propósito de demonstrar que TODOS têm o direito à LIBERDADE. Pelo menos, liberdade para dizer "não vou por ai".